Pense nessas mãos que não precisam de luvas
Para serem mãos de verdade,
Capazes de um gesto de fraternidade.
Pense nesses pés que não precisam de calçados,
Sapatos de marca,
Para sentirem o magnetismo da terra,
A pele da água,
O perfume das flores.
Pense nesse corpo, tal como o seu:
Brilhante criação de Deus,
Competente fisiologia
Programada para viver e ser feliz.
Pense nessa lição de desprendimento
Dos bens materiais.
Pense na lição de humanidade
Dos animais.
Pense nas gatas, mesmo sem leite, que adotam filhotes abandonados de cães.
Pense nas vacas que lambem os filhos de outras mães.
Pense nos cachorros que uivam nas sepulturas de seus donos.
Pense nos cavalos – antes amigos nos tropéis,
Sempre fiéis aos campeiros –
E, na velhice, condenados a morrer nos matadouros.
Em troca de tristes dinheiros.
Pense na bugia que apertou os filhos contra o peito
Quando o homem caçador apontou-lhe o rifle carregado de morte.
Pense no cão que foi esquecido, de propósito,
Quando seu dono mudou de residência,
E ali permanece como um fantasma
A esperar a família que mudou de querência.
Pense nesses puros e autênticos
Que nunca contém falsidade,
Que sempre são sinceridade,
Pedido de carinho ou de socorro,
Seja de um gato, de um boi, de um cachorro...
Pense na caturrita,
Verde e solita.
No passarinho preso na gaiola.
(Será que pode ser lindo
O canto-pranto que de seu peito evola? )
Pense nesses irmãos
Que não se aproximarão jamais
Para tecer a intriga
E instrumentos mortais.
Eles querem somente o seu respeito,
O direito de serem animais.
Para serem mãos de verdade,
Capazes de um gesto de fraternidade.
Pense nesses pés que não precisam de calçados,
Sapatos de marca,
Para sentirem o magnetismo da terra,
A pele da água,
O perfume das flores.
Pense nesse corpo, tal como o seu:
Brilhante criação de Deus,
Competente fisiologia
Programada para viver e ser feliz.
Pense nessa lição de desprendimento
Dos bens materiais.
Pense na lição de humanidade
Dos animais.
Pense nas gatas, mesmo sem leite, que adotam filhotes abandonados de cães.
Pense nas vacas que lambem os filhos de outras mães.
Pense nos cachorros que uivam nas sepulturas de seus donos.
Pense nos cavalos – antes amigos nos tropéis,
Sempre fiéis aos campeiros –
E, na velhice, condenados a morrer nos matadouros.
Em troca de tristes dinheiros.
Pense na bugia que apertou os filhos contra o peito
Quando o homem caçador apontou-lhe o rifle carregado de morte.
Pense no cão que foi esquecido, de propósito,
Quando seu dono mudou de residência,
E ali permanece como um fantasma
A esperar a família que mudou de querência.
Pense nesses puros e autênticos
Que nunca contém falsidade,
Que sempre são sinceridade,
Pedido de carinho ou de socorro,
Seja de um gato, de um boi, de um cachorro...
Pense na caturrita,
Verde e solita.
No passarinho preso na gaiola.
(Será que pode ser lindo
O canto-pranto que de seu peito evola? )
Pense nesses irmãos
Que não se aproximarão jamais
Para tecer a intriga
E instrumentos mortais.
Eles querem somente o seu respeito,
O direito de serem animais.
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Autor: JUAREZ MACHADO DE FARIAS
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